
A maioria da galera, já assistiu os clipes " Além de Mim " e " Cedo ou Tarde ", pois bem, por tras de toda essa mega produção sempre há uma grande e eficiente equipe. E para conhecermos um pouco deste trabalho, destas pessoas que fazem muito bem o trabalho, mas por trás das câmeras. Então achamos um post, muito bem feito do diretor destes super clipes, falando sobre o trabalho que foi feito com a banda Nx Zero. Com vocês, Ricardo Laganaro ( diretor dos clipes " Além de Mim " e " Cedo ou Tarde ):
Olá Amigos.
Aqui quem fala é o Ricardo Laganaro, diretor do clipe e da míni série (prefiro com hífen, mas como não pode mais, paciência…) “Daqui Pra Frente”. Pra quem não sabe, minha parceria com o NX Zero começou há um bom tempo com o clipe de “Além de Mim”. Na época, tivemos exatamente 10 dias pra conceber, produzir, filmar e editar o clipe. Tudo isso pra ir ao ar no prazo limite, e tentar concorrer ao VMB (vale lembrar que, na época, o NX ainda quase não era conhecido). Para simplificar a produção e otimizar os recursos em tudo que a banda tinha de melhor (a pegada dos caras no palco), fizemos um “master shot” deles tocando num grande estúdio. Sem história, sem explicação, sem frescura. Na verdade, a sugestão inicial do “master” foi do Rick Bonadio. Resolvemos, então, apostar tudo nos melhores modos de valorizar a presença de palco e o carisma deles (até porque a velocidade da música pedia algo desse tipo). Era um cartão de visitas do NX. E valeu a pena! É um clipe que fez um bom sucesso, entrou rapidamente no finado Disk MTV e foi indicado ao VMB. A proposta de luz (concebida pelo Pierre de Kerchove, diretor de fotografia e grande parceiro em todos os clipes que dirigi) funcionou tão bem, que até a capa e encarte do disco foram feitos com as fotos do making of do clipe.
Depois disso, o próximo trabalho que realizei com o NX foi o clipe de “Cedo ou Tarde” (já em parceria com o pessoal da Talk Filmes). Desta vez com um pouco mais de prazo e recursos. A música tinha um apelo emocional enorme e depois de dois clipes que valorizaram outros recursos (animação e humor) achei que era a hora certa da banda voltar a fazer um “master shot”. Desta vez bem mais sofisticado e grandioso, até como conseqüência do crescimento artístico (e pessoal) de banda. Fomos pro Teatro Municipal de São João da Boa Vista, montamos uma bela orquestra e decidimos também colocar outras cenas que deixassem o clipe mais rico ainda. Foi bem divertido assistir e escolher as cenas de arquivo com o Di, Gee, Fi, Caco e Dani pequenos. Eu e o Pierre também resolvemos inventar moda, pegamos a VHS dele e saímos por aí gravando um monte de cenas mais poéticas que poderiam colaborar na montagem. Essas cenas, na real, foram uma idéia da banda. O Gee foi um dos que mais bateu nessa tecla e deu exemplos que achava bacana (a cena da vela apagando foi uma delas). Pra completar, o Paulinho Caruso (outro grande amigo, e diretor do “Pela Última Vez”) se dispôs a acompanhar a banda durante o clipe, fazendo uma espécie de “making of de luxo” com uma Bolex (câmera de cinema 16 mm, movida à corda e bem comum nas décadas de 50 e 60, que quase deixou ele louco, porque tem um visor bem pequeno e não há como você saber se o enquadramento está bom e o foco funcionou). Com tudo isso em mãos, jogamos aproximadamente uma hora de cenas bem interessantes pra que o coitado do Leopoldo Nakata se virasse pra editar os 3 minutos e 15 segundos de música. Deu certo! Essa mistura toda deu caldo e o clipe é, de longe, o trabalho com mais visibilidade que já fiz até hoje (já batemos os 7 milhões de visualizações no Youtube e parece que vai longe ainda!), além de toda audiência na MTV, Multishow, e etc.
Aí então, finalmente, chegamos no “Daqui Pra Frente”!
Quando conversei com o pessoal da gravadora (o Hélio e a Tiane), falei que achava que não era uma boa emendarmos outro “master shot”. Por sorte, soube que esse também era o pensamento da banda. Como sempre, então, sentamos todos pra conversar. Dessa vez foi num almoço. Começamos a pirar na criação duma história. Algo diferente, algo que o NX (e nenhuma outra banda por aqui ) ainda tivesse feito. Acho que nem eu, nem eles queríamos fazer algo que já soubéssemos que iria dar certo. Era hora de arriscar um pouco mais.
Acho que a palavra que mais foi falada naquele almoço foi “novidade”. Não senti, em nenhum dos integrantes, o medo de propor algo que pudesse ser estranho e diferente. E ninguém se mostrou incomodado com o fato de que eles apareceriam pouco, também. Coragem.
Todo mundo se empolgou demais com a possibilidade de trazer pro público uma mini série. A música e o clipe seriam um ponto de partida pra uma história divertida, uma brincadeira, quase que um presente da banda pra todos os fãs (e quem gostasse de boas histórias). Na empolgação, todos começaram a pirar sobre o destino da Julia. O Caco, por exemplo, queria matar a moça de qualquer jeito (será que a vontade dele foi realizada?).
Aí voltei pra casa e comecei organizar e a roteirizar a coisa toda. O clipe parecia quase um “detalhe” perto de todo o resto. O projeto tinha virado uma mini série, de 16 capítulos, gravada com câmera de celular. Com novos personagens, novas locações e um final completamente inesperado. Botei tudo no papel e voltei pra conversar com o pessoal da produtora. Confesso que cheguei com um certo receio, mas o Hugo, a Priscila e o Flávio (sócios da produtora e produtores do clipe) também se empolgaram bastante com a história e não tiveram medo da “trolha” que encarariam pra produzir essa maluquice toda.
Voltamos pra conversar novamente com a banda e o pessoal da gravadora. A reunião, pra variar, foi bem divertida. Acho que o mais difícil nessas reuniões, é conseguir fazer os 5 se concentrarem e não fazerem alguma piada. Lembro que, a cada capítulo que eu lia, eles piravam e começavam a falar sobre o que ia acontecer na seqüência. No meio da confusão, o Fi fez um pacto com o resto da banda para que esperassem até a leitura do último capítulo pra falar algo, porque senão a reunião não ia acabar nunca. Todos concordaram, mas é claro que não deu muito certo.
Até gravei um vídeo com meu celular (infelizmente não tenho um aparelho tão bom quanto o da Julia, então o vídeo está em péssima qualidade!), com o Di fingindo ser uma espécie de “chefão à moda antiga” e falando o que tinha achado da proposta, além de mais um monte de bobagens. Vale pela atuação e senso de improviso do rapaz!
- Pois é galera, por trás de um grande trabalho sempre envolve grandes profissionais, tal como a banda e toda a equipe envolvida em cd, shows e clipes !
*Fonte: http://clipedaquiprafrente.wordpress.com/
Bjo!
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